Clique aqui para baixar o GT-Plug, criado por Bruno
"Sempre fui fascinado pelas histórias que ouvia do Google, pela maneira como as pessoas trabalham na empresa, mas nunca imaginei que eu pudesse ir pra lá. É realmente um sonho", contou ao G1 o aluno do terceiro ano de faculdade na Fundação Santo André e programador sênior da Faculdade de Medicina do ABC, onde trabalha desde o início de 2006.
Até hoje, as diferentes versões do plugin já tiveram cerca de 82 mil downloads.
Essa ferramenta permite, por exemplo, que o usuário abra arquivos de som e imagem dentro da janela do Google Talk, quando recebe um link de um vídeo do YouTube. O plugin também oferece os recursos de emoticons (ícones que representam emoções), a tecla anti-patrão (que esconde as janelas do Google Talk, para ela não ser identificada por outras pessoas) e também a alternativa de telas semi-transparentes (para dificultar a bisbilhotice dos curiosos à volta e garantir privacidade).
Quando o Google realizou uma atualização em seu comunicador instantâneo, ainda em 2005, o programa travou para todos os usuários desse plugin extra-oficial. O gigante das buscas recebeu relatórios de erro identificando o problema e entrou em contato com Bruno, o desenvolvedor do plugin. Na mensagem, nada de represálias: a equipe de desenvolvimento baseada em Seattle se disponibilizou para ajudar o brasileiro, caso ele precisasse. O contato entre as partes foi estreitando, até que veio o convite para o estágio, no final de 2005.
Por um problema com o visto -- o estudante precisava ter pelo menos dois anos cursados na universidade, mas na época tinha menos --, Bruno não pôde embarcar. Ele poderia ter feito o estágio em Belo Horizonte, mas os próprios funcionários dessa filial brasileira o orientaram a aguardar mais, até que o convite fosse refeito para a viagem a Seattle.
Agora, de malas prontas, ele se prepara para sua primeira viagem internacional. "Vou trabalhar três meses com a equipe do Google Talk, mas não sei exatamente o que vou fazer", disse o estudante, que não teria condições financeiras de estudar no exterior, não fosse essa oportunidade. "Vai ser uma experiência muito boa para mim. Tenho planos de abrir minha própria empresa e, com certeza, o que eu aprender lá vai me ajudar muito."
Durante o período do estágio, Bruno receberá uma ajuda de custo que corresponde ao que valor gasto com despesas pessoais, como alojamento. "Minha casa fica a 4,6 milhas do escritório", conta o futuro estagiário, que fez esse cálculo com a ajuda do Google Maps. A empresa também fornece três refeições diárias ou reembolsa gastos com comida no valor de até US$ 50 por dia -- esta última alternativa só é válida para a primeira semana, quando o estudante estiver resolvendo detalhes da estada.
"Eles reembolsam, mas disseram que é impossível comer fora do escritório, porque a comida do Google é muito boa", disse Bruno, que vai conferir a veracidade dessa informação muito em breve.