Vint Cerf, um dos cientistas da computação que criaram a Internet há 30 anos, acredita que os dias da televisão atual estão contados e revelou que trabalha atualmente com outros especialistas em um sistema para o uso da rede na comunicação espacial.
Em um palestra no Festival Internacional de Televisão em Edimburgo, publicada hoje pelo jornal The Guardian, Cerf predisse que a TV se aproxima do mesmo momento crítico que a indústria musical teve que enfrentar com a chegada do som digital, como o formato MP3. "Quase 85% de todo o material de vídeo que vemos é pré-gravado.
!"Por isso, uma pessoa pode preparar o próprio sistema para fazer os downloads convenientes à vontade", explicou Cerf, atual vice-presidente do Google e presidente da ICANN, a organização que administra a Internet. "Vamos continuar precisando da televisão para certas coisas, como notícias, eventos esportivos e emergências, mas cada vez mais vai ser quase como com o iPod, no qual se pode baixar conteúdo para ver mais tarde", afirmou.
Dirigindo-se aos diretores da indústria da televisão, Cerf, 64 anos, encorajou-os a parar de ver a Internet como uma ameaça à sobrevivência do meio de comunicação em vez de uma grande oportunidade.
O especialista americano, que criou os protocolos TCP/IP usados atualmente, previu que em breve a maioria verá a televisão pela Internet. Esta revolução pode significar a morte dos canais tradicionais em favor de novos serviços interativos. "No Japão já é possível baixar o conteúdo de uma hora de vídeo em apenas 16 segundos", explicou. "Já estamos começando a ver a forma de misturar e combinar informações. Imagine-se a possibilidade de fazer uma pausa em um programa de TV e utilizar o mouse para clicar em qualquer um dos diferentes ícones que aparecem na tela e ver mais coisas sobre o assunto".
Por outro lado, Cerf advertiu que não se deve crer em quem adverte que o aumento do vídeo na rede poderia causar seu colapso (como dizem alguns provedores) e disse que "estamos ainda longe de esgotar a capacidade".
Vint Cerf contou que trabalha atualmente no desenvolvimento da internet para utilizá-la em comunicações com veículos espaciais, inclusive os interplanetários enviados a Marte. "Até agora viemos utilizando a chamada Rede do Espaço Profundo (DSN) para nos comunicar pelo espaço mediante sinais de rádio. Do que eu e meus colegas gostaríamos seria utilizar para isso uma versão da Internet", afirmou.
Cerf reconheceu que houve alguns problemas como ter de esperar 40 minutos por uma resposta de um veículo espacial a 378 milhões de quilômetros de distância, mas alegou que o sistema pode ser eventualmente usado para aperfeiçoar as comunicações". "Quero mais internet, quero que cada um dos 6 bilhões de habitantes do planeta possa se conectar à rede, pois considero que eles poderiam fornecer coisas que beneficiariam todos nós", disse.
Fonte: EFE
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