O desespero econômico está levando jovens peruanos a oferecer seus rins e até parte do fígado em sites de leilões clandestinos. Nestes anúncios, todos declaram gozar de boa saúde e não ter vícios. Um dos classificados online diz: "Tenho 27 anos e vendo um rim em bom estado, qualquer consulta via email xxxx, o preço também pode ser negociado, o assunto é urgente".
Mustapha, do distrito de La Vitória, em Lima, é um dos que puseram órgãos à venda "porque precisava de dinheiro". Ele prefere não fornecer seu nome verdadeiro. Desempregado e despejado da casa em que vivia, esta semana ele anunciou seus rins.
"Uma amiga me disse, meio de brincadeira, que queria vender seu rim, e eu, sem-querer-querendo, fui na Internet ver o que encontrava", contou ele à BBC. Mustapha tem o sonho de estudar e saldar suas dívidas, e pensa que poderia arrumar sua vida com os US$ 10 mil (cerca de R$ 18 mil) que está pedindo.
"Minha vida daria um giro de 90 graus, assim, instantaneamente. Sei que estou me arriscando muito, mas quem não arrisca, não petisca." Embora lamente ter de vender o rim, ele sente que, sem trabalho e sem casa, é cada vez mais urgente conseguir dinheiro.
"A verdade é que não sei o que fazer. Eu tinha estabelecido um preço de US$ 10 mil para meu rim, mas cada vez mais acho que está mais baixo. Ouvi dizer que tem gente vendendo até por US$ 5 mil."
Via de escape
Em países pobres da Ásia, África e América Latina, o comércio ilegal de órgãos serve de escape para pessoas que tentam sair das dificuldades econômicas.
O problema é que a atividade, além de ser ilegal e apresentar riscos de vida, pode incentivar o crime em grande escala.
O diretor da Associação Peruana de Consumidores e Usuários (ASPEC), Jaime Delgado, disse que as transações são "sumamente perigosas". "Se abrirmos esta porta para o tráfico econômico, podemos gerar efeitos perversos, entre eles a delinqüência."
"Se é possível conseguir órgãos através da Internet ou outra via, então estamos abrindo as possibilidades para que os delinqüentes possam matar qualquer pessoa e traficar seus órgãos", diz.
Mas se existe oferta, é porque há demanda. No Peru, as cifras de doação de órgãos se mantêm abaixo da média latino-americana, disse o chefe do Escritório de Doação e Transplante do Serviço de Saúde do Peru.
Para ele, "a doação é um ato voluntário, solidário, gratuito, e o efeito que estes anúncios de pessoas inescrupulosas produzem é negativo para as doações".
Mustapha, do distrito de La Vitória, em Lima, é um dos que puseram órgãos à venda "porque precisava de dinheiro". Ele prefere não fornecer seu nome verdadeiro. Desempregado e despejado da casa em que vivia, esta semana ele anunciou seus rins.
"Uma amiga me disse, meio de brincadeira, que queria vender seu rim, e eu, sem-querer-querendo, fui na Internet ver o que encontrava", contou ele à BBC. Mustapha tem o sonho de estudar e saldar suas dívidas, e pensa que poderia arrumar sua vida com os US$ 10 mil (cerca de R$ 18 mil) que está pedindo.
"Minha vida daria um giro de 90 graus, assim, instantaneamente. Sei que estou me arriscando muito, mas quem não arrisca, não petisca." Embora lamente ter de vender o rim, ele sente que, sem trabalho e sem casa, é cada vez mais urgente conseguir dinheiro.
"A verdade é que não sei o que fazer. Eu tinha estabelecido um preço de US$ 10 mil para meu rim, mas cada vez mais acho que está mais baixo. Ouvi dizer que tem gente vendendo até por US$ 5 mil."
Via de escape
Em países pobres da Ásia, África e América Latina, o comércio ilegal de órgãos serve de escape para pessoas que tentam sair das dificuldades econômicas.
O problema é que a atividade, além de ser ilegal e apresentar riscos de vida, pode incentivar o crime em grande escala.
O diretor da Associação Peruana de Consumidores e Usuários (ASPEC), Jaime Delgado, disse que as transações são "sumamente perigosas". "Se abrirmos esta porta para o tráfico econômico, podemos gerar efeitos perversos, entre eles a delinqüência."
"Se é possível conseguir órgãos através da Internet ou outra via, então estamos abrindo as possibilidades para que os delinqüentes possam matar qualquer pessoa e traficar seus órgãos", diz.
Mas se existe oferta, é porque há demanda. No Peru, as cifras de doação de órgãos se mantêm abaixo da média latino-americana, disse o chefe do Escritório de Doação e Transplante do Serviço de Saúde do Peru.
Para ele, "a doação é um ato voluntário, solidário, gratuito, e o efeito que estes anúncios de pessoas inescrupulosas produzem é negativo para as doações".
Fonte: BBC Brasil
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